Resiliência e a Greve dos Caminheiros
Hoje, 24/05/18 entramos no quarto dia da greve dos caminheiros, com ampla cobertura da mídia. Não vamos entrar no mérito se a greve é legítima ou não, se há interesses ocultos ou não. Vamos nos ater somente ao evento da greve, suas consequências e a nossa capacidade de resiliência.
Num contexto de economia estagnada e forte pressão por redução de custos manter estoques elevados não é uma prática recomendada de gestão empresarial.
De outro lado, depender de insumos, no caso combustíveis, com preços estabelecidos em dólar no mercado internacional e com o dólar em alta é um sério risco financeiro.
Some-se a tudo isto o contexto da nossa economia, bastante fechada, pouco competitiva e despreparada para o livre mercado para sofrermos esta crise de proporções nacionais.
O desabastecimento de uma linha primária de sustentação como a dos transportes rodoviários gera um efeito nefasto em toda a cadeia de produtos e serviços. Produtos perecíveis estragam, carga viva sofre ou morre, transporte coletivo é seriamente afetado etc.
Esta greve mostra quanto a nossa sociedade é pouco resiliente, despreparada para enfrentar incidentes com origens internas ou externas, principalmente num item vital na cadeia logística – combustíveis – e ficamos, sempre, dependendo de soluções improvisadas de última hora, o que insistimos em chamar, orgulhosamente, de jeitinho brasileiro.
Só que uma hora o jeitinho poderá não funcionar! Resiliência e a Greve dos Caminheiros
Daqui a algum tempo esta notícia já terá caído no esquecimento mas, tenha sempre nas suas análises de risco a sua dependência da cadeia de fornecimento – SUPPLY CHAIN – seja ela direta, ou indireta, como foi o caso desta greve.